Péricles : Tiny Desk Brasil

Péricles : Tiny Desk Brasil

LORENA CALÁBRIA || Como transformar o Tiny Desk numa roda de samba? Quando Péricles entrou no nosso escritório, a resposta veio naturalmente. O conceito do programa, com pouco aparato tecnológico, remete ao início de sua trajetória artística. “Vamos fazer aquilo que a gente aprendeu lá no começo: tocar educadamente, ouvindo o parceiro. Ainda hoje, essa é a premissa. E isso não vai se perder”, afirma.

Ex-integrante do Exaltasamba — grupo que fundou e no qual permaneceu por 25 anos — Péricles consolidou uma carreira solo igualmente bem-sucedida a partir de 2012. Com mais de três décadas de história, é hoje um dos nomes mais respeitados do samba e do pagode. O apelido “Pericão”, que ganhou ao participar de uma campanha publicitária, combina com a imponência de sua voz.

No Tiny Desk Brasil, acompanhado de sua banda, Péricles traçou um roteiro que passeia por sucessos de diferentes fases, como “Gamei”, “Eu e Você Sempre”, “Melhor Eu Ir”, “Até Que Durou” e “Jogo de Sedução”. Criterioso, ele explica: “Escolhi faixas pontuais da minha trajetória, tanto no Exalta quanto na carreira solo. São cinco músicas que se misturam com a história que queremos contar.” Com seu carisma incontestável, incentivou a plateia a acompanhá-lo com palmas e coro. “É esse o clima”, dizia, agradecendo também aos compositores.

Na hora de escolher um objeto para deixar na prateleira do nosso Tiny Desk, Péricles encontrou uma maneira de homenagear seus mestres: “Eu trouxe um banjo, um instrumento que, se eu toco hoje, é porque me espelhei em dois grandes ídolos: Almir Guineto e Arlindo Cruz.”

Fã do programa há tempos, Pericão estava completamente à vontade. “Lá de fora, já tinha assistido a artistas que eu gosto, como o trio SWV, Charlie Wilson, Babyface, Usher, Alicia Keys… Estou sempre olhando e aprendendo alguma coisa: uma nota nova, uma forma de encaixar, um formato diferente”, conta, acrescentando estar “muito feliz” por ser um dos primeiros artistas a participar da edição brasileira. “Achei um barato essa experiência. Já tinha visto, na versão americana, o episódio do Milton Nascimento com Esperanza Spalding e o da Liniker. Dei um abraço nela quando a encontrei. Eu vibro com a vitória dos meus.”

Ao final, fez questão de reforçar: “Assim como o Tiny Desk, o samba também começou assim, informalmente. Bora sambar, que a festa é nossa!”

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