
Guga – Eternamente
Letra:
A cada dia que passa
Eu tento ser melhor
Não quero ser perfeito
Quero ser maior
Tenho mágoas no meu peito
Que eu deitei fora
Águas do passado
Já não me afogam
Eu ‘tou sempre quente
Tipo um aquece dor
Na verdade eu sou mesmo
Quem aquece dores
‘Tão-me a dizer que eu salvei a vossa vida?
Também salvei a minha a ler os vossos nomes
Minha primeira vez num estúdio
Sabem como foi?
Encontrei um mano a rimar
Com um grupo de amigos
Não conhecia ali ninguém
E eram todos mais velhos
Mas claro que eu me ofereci
Eu posso rimar contigo
Devia ter uns 13 anos ou 14 quase
Eles tinham todos 20 anos
E eram muitos mais
Improvisamos ali todos um bocado
Até que um deles perguntou
Se alguma vez tinha gravado
Tão verdade
Nunca tinha ido ao estúdio
Tinha um microfone em casa
Mas eu nem lhe dava uso
Gravei as primeiras maquetes
Com o meu mano Preto
Passávamos horas com o Rap
O que é que ‘tá diferente?
Eu lembro-me de ir do beco
Até minha casa
A improvisar com cada coisa
Que eu via passar na rua
Eu não me esqueço
Toda gente me gozava
Até que depois eu rimava
E qualquer um deles destruía
Rimei na esplanada do Mac
Matei grunhos, matei betos
Quando eu tinha 16 já não era normal
Agora todos dão-me afeto
Dizem “Guga ‘tás tão fat”
Mas quando eu não ‘tava quente
Já era um animal
Disse a todos que eu não parava
Até eu ser quem quero
Onde é que eles andam?
Não sei onde andam para ser sincero
Os que ainda cantam
Ninguém sabe o nome deles
E os poucos que não me ouvem
‘Tão todos pelos cabelos
A vida passa e eu ‘tou a crescer
Chama-me casa, chama-me tempo
Dá-me asas p’ra ser eu sempre
Voltavas e eu voava contra o vento
Ponho no estúdio todo o meu ser
De janeiro até dezembro
O que eu penso
Palavras ficam Eternamente
‘Tou a crescer
Chama-me casa, chama-me tempo
Dá-me asas p’ra ser eu sempre
Voltavas e eu voava contra o vento
Ponho no estúdio todo o meu ser
De janeiro até dezembro
O que eu penso
Palavras ficam Eternamente
A minha mãe sabe o quanto eu trabalhava
E o quanto por isto eu dava
Mas às vezes tem saudades minhas
Toda a minha vida soube bater portas
Mas não sou de bater portas
Nem elas batem sozinhas
Queriam que eu desistisse
Mas não passa nada
Eu dei luta a cada verso
Vinha mais pesado
Eles bem tentaram descartar-me
Viram que não dava
‘Tou há 10 anos na corrida
E ainda não ‘tou cansado
Quanta gente disse
“Guga tem cuidado, isso não é um meio certo, muito menos lucrativo é”
Sabia bem o que é que eu tinha planeado
Para mim ou era Rap
Ou eu não queria mais ficar de pé
Aos meus 18 tatuagem no pescoço
Depois tatuei logo a mão
Porque eu não queria outra saída
Ou era o Rap a funcionar
Ou eu não funcionava
Realmente o Rap sempre foi a minha vida
A vida passa e eu ‘tou a crescer
Chama-me casa, chama-me tempo
Dá-me asas p’ra ser eu sempre
Voltavas e eu voava contra o vento
Ponho no estúdio todo o meu ser
De janeiro até dezembro
O que eu penso
Palavras ficam Eternamente
Voltavas e eu voava contra o vento
Palavras ficam Eternamente
Voltavas e eu voava contra o vento
Palavras ficam Eternamente
‘Tou a crescer
Chama-me casa, chama-me tempo
Dá-me asas p’ra ser eu sempre
Voltavas e eu voava contra o vento
Ponho no estúdio todo o meu ser
De janeiro até dezembro
O que eu penso
Palavras ficam Eternamente


